VISITA A SEITA DA "SANTA VÓ ROSA" (Igreja Apostólica)

VISITA A SEITA DA "SANTA VÓ ROSA" (Igreja Apostólica)
O Prof. Paulo Cristiano com alguns alunos do Curso de Apologética após o término da visita

Flagrante: Hino que incentiva explicitamente a adoração à Santa Vó Rosa

VISITA À ESTACA MÓRMON

VISITA À ESTACA MÓRMON

Prof. João Flávio e alguns alunos do curso em visita a uma capela mórmon

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Módulo do Mês de Novembro: Congregação Cristã no Brasil

Origem e fundador: A CCB foi fundada em 20 abril de 1910, pelo italiano Louis Francescon, na cidade de Santo Antonio da Platina, no Estado do Paraná, Brasil. O nascimento de Francescon deu-se em 29 de março de 1866, em Cavasso Nuovo, Província de Udine - Itália, e sua morte em 07 de setembro de 1964, na cidade de Oak Park, Illinois - Estados Unidos. Tendo imigrado para os E.U.A em 03-03-1890, Francescon filiou-se a igreja Presbiteriana Italiana de Chicago, onde foi eleito diácono e posteriormente ancião. Separou-se da igreja por ter tido uma "revelação divina" de que o batismo desta estava errado. Vem para o Brasil e funda a seita no Paraná, e em fins de junho do mesmo ano vem a São Paulo, e batiza 20 pessoas oriundas de denominações evangélicas e alguns católicos. Em 1943 é publicada a primeira edição em português do hinário de uso exclusivo da CCB - "Hinos de Louvores e Súplicas a Deus", até então só se cantava em italiano.

Sede: No bairro do Brás em São Paulo.

Total de adeptos: Possui mais de 19.000 igrejas espalhadas em todo o mundo e cerca de 2,5 milhões de fiéis.

Hierarquia: No artigo 18 do Estatuto de 2004 da CCB está escrito que “nela não existe hierarquia; entretanto, é respeitada a antiguidade entre os membros do Ministério”. Essa antiguidade na prática se resume grosso modo como se segue: Ancião mais velho, ancião, cooperador de ofício ministerial, diácono e porteiro.

Doutrinas: Os 12 pontos de fé que resume o credo doutrinário da CCB é praticamente igual aos demais credos professados pelas igrejas evangélicas em geral. No entanto, na prática a CCB possui um outro credo que consiste nas seguintes doutrinas: São contra o cargo de pastor, não aceitam o sistema de dízimos, rebatizam as pessoas, crêem na predestinação por meio de sua igreja, acreditam no sono da alma, existe a utilização do véu pelas mulheres etc.

Autoridade doutrinária: A Bíblia é considerada um manual de regra de fé, no entanto, somente na tradução de João Ferreira de Almeida Atualizada (ARA), e de acordo com a interpretação dos líderes. A CCB além de ser contra o estudo teológico é contra qualquer tipo de literatura. Além da Bíblia as mensagens dos anciãos recebidas no momento do culto o que chamam de "buscar a palavra" é consideradas inspiradas por Deus, assim como as chamadas “Mensagens”, uma série de "profecias" dadas aos adeptos.
A CCB possui apenas alguns livretos considerados relatos oficiais: “Histórico da Obra de Deus revelada pelo Espírito Santo, no século atual”, um relato sobre a origem e o desenvolvimento da CCB, “Pontos de Doutrina e Fé que uma vez foi dada aos santos”, um manual doutrinário, “Histórico e instruções às orquestras”.

Facções: Congregação Cristã no Brasil Renovada, Igreja Cristã Renovadora, Cristã Universal Independente e Congregação Cristã Época da Graça.

Bibliografia

AMARAL, José. A igreja do Véu: igreja ou heresia? 4 ed. Goiania/GO: edição do autor, 2001.

MILTON, S.V. Conhecendo a Congregação Cristã no Brasil. 2 ed. Curitiba/PR: A.D Santos, 1998.

domingo, 25 de outubro de 2009

Visita a seita da "Santa Vó Rosa" (Igreja Apostólica)

Das atividades pedagógicas que fazem parte das aulas, está previsto sempre no final de cada módulo uma visita nas seitas estudadas.

A visita é organizada pelo corpo docente do curso e composta pelos alunos das 3 turmas da ESCOLA APOLOGÉTICA.

A finalidade das visitas é levar o aluno a uma observação participativa, onde serão analisados os elementos estudados durante as aulas, tais como a estrutura da seita, a ideologia religiosa, membros, doutrinas, etc.

No final do módulo deste mês de outubro, os alunos das 3 turmas do curso de Apologética escolheram estar realizando uma visita à seita "Igreja Apostólica", mais conhecida como "Igreja da Santa Vó Rosa".

A finalidade da visita é acompanhar in loco o tipo de discurso teológico que gira em torno da pessoa da Vó Rosa.

Módulo do Mês de Outubro: Seitas Brasileiras

O que são seitas brasileiras, de onde vem e o que pretendem?
Há algo realmente novo nas mensagens apregoadas por estes grupos religiosos?
Por que crescem tanto e por que fazem tanto sucesso?

O Brasil deixou de ser um importador de religiões para se tornar um exportador.
No mercado religioso, o Brasil começou a exportar novos grupos religiosos criados aqui mesmo. As religiões ou seitas made in Brasil serão o objeto de estudo deste módulo a qual denominamos de seitas brasileiras.
Seitas brasileiras, portanto, são facções provindas de alguma outra seita anterior a estas que tem origem aqui mesmo no Brasil.
Muito embora apresentem supostas novas verdades que até então estariam escondidas da humanidade, mas que agora por meio do líder e fundador, foi “revelada” à humanidade, estes grupos possuem sua identidade ligada à antiga religião do fundador ou fundadores.
Geralmente conservam o núcleo grosso doutrinário do grupo de onde saíram com ligeiras modificações.
Neste módulo serão analisadas ao todo 6 seitas: Eubiose, Igreja Apostólica da Santa Vó Rosa, Legião da Boa Vontade (LBV), Racionalismo Cristão, Santo Daime e Umbanda.

Nas aulas presenciais o aluno irá aprender resumidamente as principais doutrinas destas seitas e como respondê-las à luz da Bíblia.
Entretanto, este módulo básico não tem a pretensão de abordar todas as seitas criadas no Brasil, haja vista, que o campo de estudo é muito amplo e a cada dia surgem novas seitas em solo brasileiro.
Portanto, o objetivo deste módulo é proporcionar ao aluno noções gerais sobre as mais proeminentes: suas crenças, breve histórico, práticas, doutrinas e o perigo que elas representam à fé cristã bem como uma refutação apologética. Esperamos que após concluir este módulo, você possa adquirir conhecimento suficiente para poder compreender de modo panorâmico as idéias dos adeptos destas seitas quando em diálogo com os mesmos para finalidades evangelísticas.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Trabalhos

Trabalhos para o módulo de mormonismo

Documentário trabalhado em sala de aula: "A Bíblia e o Livro de Mórmon".

Após assistir ao documentário o aluno deverá produzir uma resenha de no máximo duas páginas sobre o conteúdo do filme, destacando seus aspectos principais e problematizando sua crítica por meio da defesa ou não destes pontos.

Valor do trabalho: 1 ponto.
Data de entrega: uma semana após assisti-lo em sala de aula.

OBS: Os trabalhos entregues após o prazo estipulado terá o valor declinado pela metade (0,5 ponto).

Notas das Provas

Notas do módulo de outubro/2009

Turma: Segunda-feira
Módulo: Seitas Brasileiras

Nome:
Sirley Pacheco - Nota: 8
José Leandro Donizete - Nota: 7
Edgar Alves de Souza - Nota: 7

Turma: Sexta-feira
Módulo: Seitas Brasileiras

Nome:
Marta da Silva A. dos Santos - Nota: 9
Ellis Angela da Silva - Nota: 9
Mateus Henrique - Nota: 8
Vinicius B. Gomes - Nota: 10
Rafael C. Costa - Nota: 10
Cleiton H. da Cruz - Nota: 8
Augusto B. Jr. - Nota: 7
Flávio C. da Silva - Nota: 7
Regiane: da C. Costa - Nota: 8
Lucas Carvalho - Nota: 8,5


Turma: Sábado
Módulo: Seitas Brasileiras

Nome:
Milton Ribeiro - Nota: 8
João Batista - Nota: 8
Rita de Cássia - Nota: 6 + 1 = 7
Jéssica Fernanda - Nota: 8
Angela Cristina - Nota: 7,5
Roberto da Silva - Nota: 6
Rosângela G.B Cunha - Nota: 7
Rogério Martins - Nota: 7
Silvestre J. da Silva - Nota: 7
Washington Jorge Ramos - Nota: 3,0
Adriano Gomes da Silva - Nota: 5,5
Lucas Torres Medeiros - Nota: 3,5 + 1 = 4,5

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Notas do módulo de Setembro/2009

Turma: Segunda-feira
Módulo: Mormonismo

Nome:
Edgar Alves - Nota: 7
Rosangela - Nota: 5
Antônio - 4

Turma: Sexta-feira
Módulo: Mormonismo

Nome:
Marta da Silva A. dos Santos - Nota: 8
Ellis Angela da Silva - Nota: 9
Mateus Henrique - Nota: 9
Vinicius B. Gomes - Nota: 10
Rafael C. Costa - Nota: 7
Cleiton H. da Cruz - Nota: 9
Augusto B. Jr. - Nota: 4
Flávio C. da Silva - Nota: 9
Regiane: da C. Costa - Nota: 10
Lucas Carvalho - Nota: 10

Turma: Sábado
MMódulo: Mormonismo

Nome:
João Batista - Nota: 10
Araken - Nota: 8,5
Rita de Cássia - Nota: 8,5
Jéssica Fernanda - Nota: 8
Clarice B.P. - Nota: 9
Angela Cristina - Nota: 7,5
Roberto da Silva - Nota: 9,5
Rosângela G.B Cunha - Nota: 9
Milton Ribeiro - Nota: 9,5
Rogério Martins - Nota: 10
Sirley da Silva Pacheco - Nota: 9

domingo, 6 de setembro de 2009

MÓDULO DO MÊS: MORMONISMO

Estrutura didática do módulo:

1. História e origens
2. Doutrinas
3. Argumentos
4. Refutação

Bibliografia

Bibliografia Básica
ANKERBERG, John; WELDON, John. Os fatos sobre os mórmons: um manual útil para compreender as reivindicações do mormonismo. Porto Alegre: Obra Missionária Chamada da Meia-Noite, 1998.

MCELVEEN, Floyd C. A ilusão mórmon. Miami, Flórida/EUA: Ed. Vida, 1981.

Bibliografia Complementar
GEER, Thelma Granny. Por que abandonei o mormonismo. Impressionantes revelações acerca das doutrinas e práticas mórmons. Deerfield, Flórida/EUA: Ed. Vida, 1991.

Perfil do grupo

Origem e fundador: A seita mórmon foi fundada por Joseph Smith Jr. (1805-1844), em 1830, em Nova York, EUA. Segundo a História oficial, a igreja teve início quando Smith teve uma visão onde apareceram respectivamente o Pai e o Filho. Estes personagens afirmavam que todas as igrejas estavam desviadas da verdade e que ele seria usado para restaurar a verdadeira igreja de Cristo.
Na última década, o mormonismo foi uma das seitas religiosas que mais ganhou adeptos em todo o mundo, hoje reúne mais de 5 milhões de fiéis somente nos Estados Unidos. Os primeiros missionários mórmons chegaram ao Brasil em 1935 e hoje o país é o terceiro em número de seguidores. A maior parte dos missionários mórmons tem entre 19 e 20 anos e 70% dos mórmons no mundo todo não nasceram mórmon. Seus membros devem doar 10% de seus ganhos à igreja.
Há quase uma década, seu patrimônio era estimado em 25 bilhões de dólares, e seus membros incluem pessoas influentes como o candidato à presidência dos EUA, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney.

Nome Oficial: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Sede: A sede desta seita encontra-se em Salt Lake City, Utah EUA.

Hierarquia: A Igreja é dirigida por um presidente e profeta. O atual presidente é Thomas Monson, de 80 anos. O Presidente tem dois conselheiros e esses três líderes constituem a Primeira Presidência. A Primeira Presidência é auxiliada pelos Doze Apóstolos. Abaixo destes vem o quórum dos Setenta. A nível local as congregações são dirigidas por bispos. Em ordem hierárquica temos a Primeira Presidência, o Quórum dos Doze, as Presidências de Área, A Presidência da Estaca e o bispo.

Doutrina: Seu conceito sobre Deus é extremamente exótico. Vejamos. Deus Pai existiu como homem para chegar a ser Deus. Teve corpo físico e também uma esposa (a “mãe celestial”). Não há Trindade, mas, sim, um triteísmo. Ou seja, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são três deuses separados, apesar de afirmar que a pessoa do Espírito Santo nem sempre teve uma definição exata. Os homens dignos podem, um dia, ser deuses.
Jesus é um Deus separado do Pai (Elohim). Foi criado como um filho espiritual pelo Pai e pela mãe no céu. É o “irmão mais velho” de todos os homens e seres espirituais, inclusive de Lúcifer.
Seu corpo foi gerado pelo ato sexual entre Elohim (que também é identifi cado com Adão) e Maria. Jesus foi casado e Maria Madalena é uma de suas esposas, bem como as mulheres referidas em Lucas 8.1-3.
A morte de Cristo na cruz não proporcionou a expiação completa por todos os pecados, apenas a ressurreição para todos. Somente pela obediência aos mandamentos e ordenanças da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias o homem alcança a salvação.
Os mórmons crêem que serão ressuscitados pela graça, mas salvos (exaltados à divindade) pelas obras, principalmente pela lealdade aos líderes, pelo batismo por imersão, pelo ato de dizimar, pelas ordenanças, pelo matrimônio e cerimônias secretas no templo.
Os adeptos do mormonismo não podem ingerir álcool, café ou chá. O tabaco também é extremamente proibido. Defendem o batismo em nome dos mortos, sendo que, para isso, organizam extensas genealogias, a fi m de salvarem seus antepassados por meio desse ato. Fazem intenso trabalho missionário e visitas de casa em casa. Somente os membros de bom testemunho podem participar das cerimônias secretas no templo.
Seus adeptos contam com uma rede de assistência social muito ampla. Até 1978, os negros não tiveram acesso ao sacerdócio mórmon e não puderam participar de outros privilégios. Mas,depois dessa data, as restrições aos negros ao sacerdócio deixaram de existir.

Total de adeptos: Hoje, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é uma religião mundial que comporta mais de 13 milhões de adeptos no mundo todo, dos quais mais da metade vive em locais fora dos Estados Unidos. Ela já considerada a quarta maior denominação dos EUA. É representada por mais de 60.000 missionários, em 162 países com mais de 350 missões. Os três maiores países com populações significantes de mórmons são EUA com 5.503.192, México com 980.053 e Brasil com 897.091 adeptos. A igreja tem conseguido crescimento significativo também na África, onde soma mais de 250.000 membros.
Publicou mais de 100 milhões de exemplares do Livro de Mórmon: Outro Testamento de Jesus Cristo, em 93 idiomas. Tem mais de 100 templos no mundo todo.

Autoridade doutrinária: Nas “Regras de Fé d'A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias” está escrito “Cremos ser a Bíblia a palavra de Deus, desde que esteja traduzida corretamente; também cremos ser o Livro de Mórmon a palavra de Deus”. Além do Livro de Mórmon, Joseph Smith registrou outras revelações que alegadamente recebeu de Deus. Muitas dessas revelações encontram-se em dois pequenos livros intitulados, Doutrina e Convênios e Pérola de Grande Valor. Além das revelações oficiais há as revelações constantes de seus profetas e apóstolos.

Facções: Comunidade de Cristo, antiga Igreja Reorganizada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias ( ramo que aceitou Joseph Smith III como sucessor do pai) e a Igreja Strangita ( ramo que aceitou James Strang como sucessor de Joseph Smith).

A história como argumento apologético

Quando os primeiros cristãos se encontraram diante da tarefa de justificar a sua crença nas boas novas de Jesus Cristo perante os gentios gregos e romanos, começaram a fazê-lo através de um exercício de afirmação das verdades ensinadas pelo Messias, pela esperança em suas promessas e, principalmente, por sua convicção naqueles eventos que haviam sucedido pouco tempo antes, como a morte e a ressurreição do ungido de Deus.

Não havia uma preocupação rigorosa com a forma como era transmitida essa verdade, pois a perplexidade de constatar os fatos e, especificamente, de confrontar a coragem e o destemor com que a comunidade cristã enfrentava leões tomando o lugar reservado aos
gladiadores, cabia aos cidadãos greco-romanos.

Essa prática de sobrevivência dos primeiros séculos ganhou argumentos mais sistematizados com o passar dos anos a medida que a própria Igreja foi organizando os seus dogmas, as suas doutrinas e definindo o seu credo, quase sempre como resultado de defesas contra heresias que fermentavam no seio da congregação ou contra mestres oriundos da academia filosófica, que exigiam construções racionais que pudessem ser aferidas por suas técnicas de argüição. Esse mesmo artifício seria utilizado pela ciência, quando esta passou a estabelecer métodos mais rigorosos para a obtenção do conhecimento. Desse modo, a fé, que outrora esteve sujeita a razão, agora deveria caber numa pipeta de laboratório e ser o resultado de experiências práticas comprovadas pela observação empírica.

Isto nos remete a um problema primário da apologética cristã. Consideramos a definição da "ciência" apologética como uma disciplina que se esforça por apresentar a defesa da fé cristã. A controvérsia se dá no momento que teremos de realizar essa tarefa por outros meios distintos da fé. Devemos provar a fé, não obstante ser ela insuficiente para estabelecer princípios apologéticos. Em algum momento da história a teologia retrocedeu a ponto de que hoje é necessário argumentar racionalmente e de acordo com métodos de observação emprestados de outras ciências para seguirmos a recomendação do apóstolo Pedro de santificar a Cristo, como Senhor em nosso coração, e estar sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que pedir a razão da esperança que há em nós.

Em que ocasião a teologia deixou de respaldar através da própria palavra revelada as suas convicções não será o objeto deste texto, mas certamente estaremos lançando novamente estacas bem firmadas nas cartas deixadas por aqueles que conviveram com Cristo e foram seus interlocutores, conforme argumenta o apóstolo: "porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade" (2 Pe 1.16). "Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus; antes, falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus" (2 Co 2.17).

É imprescindível neste momento estabelecer a fé na palavra revelada como princípio vital para o exercício da apologética cristã, como elemento indispensável sem o qual não se pode fundamentar defesa nenhuma, tal como a razão é para os filósofos ou a observação é para os cientistas, caso contrário estaremos desvalorizando aquilo que se constitui na maior riqueza para a nossa prática. Se para filosofar aceitamos a dialética e até a maiêutica e quando nos confrontamos com as ciências sociais damos prioridade ao "método", a teologia exige que aquele que se debruça no leito da apologia cristã o faça através da fé. Que aceite como verdadeira a palavra revelada por meio dos profetas inspirados por Deus.

Fundado este preceito, podemos seguir rumo ao segundo princípio da prática apologética: a comprovação histórica. O testemunho de Deus foi feito através dos tempos e sabemos que os escritos sagrados foram redigidos em diferentes épocas. No entanto, longe de depararmos com um problema, essa providência divina é recurso muito útil à medida que sabemos que o Senhor Deus não faz coisa alguma sem antes ter revelado o seu segredo aos profetas (Am 3.7). Por isso, devemos estar bem atentos à palavra dos profetas, como uma luz que alumia em lugar escuro, já que eles anunciaram acontecimentos futuros, muito dos quais se cumpriram literalmente e hoje constitui parte da história, uma história que foi revelada com antecedência.

Poderíamos citar inúmeros exemplos da história de Israel e das nações vizinhas para ilustração, passagens proféticas como no caso da ascensão e queda da Babilônia, predita pelos profetas Isaías, Jeremias e Ezequiel. A proeminência dos impérios antigos medo, persa, grego e, finalmente, romano, antecipada por Daniel quando estava na Babilônia. Todos esses eventos registrados por historiadores e comprovadamente relatados com antecedência. A data da tomada da Babilônia pelo monarca persa Ciro, por exemplo, predita com pelo menos 70 anos de antecedência, é utilizada como referência para determinar a cronologia de eventos bíblicos, como a monarquia de Israel.

Não obstante, o mais contundente e de maior relevância, sem dúvida, foi a passagem de Jesus Cristo pela terra e sua convivência com os homens, fato este capaz de dividir o calendário da humanidade em antes ou depois dele. São várias as referências proféticas relativas ao seu nascimento, a sua vida, a sua missão e a sua morte. Do cumprimento da profecia ele mesmo atestou numa ocasião em que esteve na sinagoga de Nazaré, quando lhe foi dado o livro do profeta Isaías para ler e concluiu dizendo: "Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos" (Lc 4.21), referindo-se à unção que recebeu para evangelizar os pobres, curar os quebrantados do coração e apregoar liberdade aos cativos e oprimidos.

Dessa maneira, cremos que a genuína apologia cristã pode prescindir de elementos alheios a ela e restringir as "portas do palácio do conhecimento", como disse Champlin - para quem a verdade bíblica deve ser testada e avaliada, a uma única porta que é atravessada pela fé baseada na revelação. O teólogo Karl Barth concorda quando afirma que "a teologia precisa renunciar à sua apologética ou às garantias externas de sua posição dentre as ciências, pois sempre subsistirá no mais firme dos alicerces quando simplesmente agir de acordo com a lei de sua própria natureza", isto é, a fé no agir do Espírito Santo.

O apóstolo Paulo, em sua primeira carta aos Coríntios, aborda várias vezes essa questão, reiterando que a sua pregação não consistiu em "sublimidade” de palavras" ou em "palavras persuasivas de sabedoria “humana" mas que foi realizada com palavras que o Espírito Santo ensinou para que a cruz de Cristo não se fizesse vã.

Sendo assim, nossa tarefa como defensor da fé será reconstruir o caminho que conduz a essa porta, tornando conhecidas as obras de Deus, anunciando suas maravilhas, suas promessas e a revelação profética contida na Escritura. Tanto a profecia cumprida quanto aquela que ainda não se cumpriu e que poderá vir a ser comprovada. Quando ao seu cumprimento, no dizer do profeta Isaías, temos a garantia de que "o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto" acontecer.

Eduardo Vasconcellos é bacharel em Teologia e mestrando em Ciência das
Religiões FATIN/Lusófona

Ministério Apologético CACP

"Respondendo aos desafios da Fé Cristã"